Devido a correria do dia a dia acabamos descuidando de nossa alimentação, ficando longos períodos sem comer, ou não consumindo a quantidade ideal de alimentos que ajudam nosso corpo ficar em harmonia, e para completar o caos, nosso nível de estresse está sempre alto. Sendo assim, é cada vez mais comum e precoce o desenvolvimento de alterações em nosso sistema digestivo como a "famosa" gastrite.
Em participação para a revista PLÁSTICA E BELEZA, que abordou tal tema em uma de suas edições, deixei algumas dicas para os leitores, e deixo aqui para vocês também um pouquinho mais sobre esse desconforto gástrico tão comum em nossa população.
A gastrite é caracterizada por um quadro inflamatório no estômago, órgão digestivo. Quando consumimos um alimento de dificuldade digestiva estimulamos nosso organismo a produzir substâncias inflamatórias, sendo a gastrite já um quadro inflamatório, quanto mais alimentos de difícil digestão, mais difícil de se controlar a gastrite. Alimentos ricos em gordura (frituras, embutidos...), carne vermelha e leite assim como seus derivados, encaixam-se no grupo de alimentos difíceis de serem digeridos. Os laticínios agem como uma “dupla bomba”, pois além da dificuldade digestiva eles parecem melhorar a queimação característica da gastrite, mas o efeito “rebote” é muito pior, isso quer dizer, o leite e seu derivados alcalinizam o pH estomacal dando a falsa sensação de alívio da queimação já que o estômago tem pH ácido, porém como o pH ficou alcalino o organismo libera mais ácido para voltar ao pH normal, levando num segundo momento a uma queimação ainda maior. Alimentos que irritam a mucosa também devem ser evitados, como o açúcar e doces concentrados (marmelada, goiabada, doce de leite, chocolate, etc), condimentos fortes como pimenta, temperos prontos, molho de soja (shoyu), catchup, mostarda, entre outros; a cafeína presente principalmente em café e chás como o preto e mate também não deve ser consumida em excesso. Algumas frutas também podem gerar desconforto, mas não é uma regra geral, devemos observar a tolerância individual, porém, as frutas mais relacionadas a tais desconfortos são as ácidas e ou cítricas como laranja, mexerica, tangerina, limão, maracujá, abacaxi, kiwi, etc. O consumo de alimentos industrializados ricos em corantes, conservantes também deve ser moderado assim como gomas de mascar que estimulam a liberação de mais ácido no estômago. Em períodos de crise de gastrite devem ser severamente evitados os alimentos citados e fora de crise podem ser consumidos moderadamente mas nunca com estômago vazio.
Alimentos com propriedades calmantes e anti-inflamatórias podem aliviar os sintomas do quadro, como a couve, hortelã, chás de camomila, passiflora, erva cidreira, erva doce. Consumir vegetais crus em porções ideais, frutas ao longo do dia e a boa hidratação no intervalo das refeições também auxilia na melhora dos desconfortos. Uma excelente receita cicatrizante para gastrite e que alivia muito a queimação é fazer um “suco” com couve crua + hortelã + água de coco ou alguma outra fruta que não seja agressiva para a pessoa que está com a gastrite “atacada”.
No dia a dia evitar jejum prolongado para não “sobrar ácido” sem ter comida para digerir e refeições volumosas para não dificultar a digestão, o ideal são pequenas porções fracionadas ao longo do dia. Preferir alimentos leves (evitando o excesso de frituras, gorduras, molhos, doces), evitar o consumo diário de laticínios, consumir alimentos integrais, frescos, vegetais, frutas. Ter o hábito de tomar o suco de frutas com couve (mesmo fora das crises), utilizar a linhaça pois possui ômega-3 nutriente anti-inflamatório que melhora quadros de inflamação de um modo geral. Quando for consumir algum alimento “proibido” não o fazer de estômago vazio. Preferir café descafeinado e adoçante ao invés do açúcar.
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