A contaminação global por uma variedade de químicos orgânicos persistentes, como as dioxinas e PCBs (bifenis policlorados), resultam na exposição humana durante todas as fases de desenvolvimento e crescimento.
Concentrações detectáveis de PCBs e dioxinas têm sido encontradas no líquido amniótico, placenta e tecidos fetais. Estudos coorte com humanos têm indicado que a exposição (mesmo ambiental ou passada) produz efeitos como menor peso ao nascer, alterações nos hormônios tireoideanos e linfócitos, além de detrimento do desenvolvimento neurológico.
As dioxinas representam um grande grupo de poluentes orgânicos persistentes, caracterizadas como clorados contendo heteroátomos, sendo altamente lipossolúveis. Estão presentes como contaminantes de herbicidas e são carcinogênicas, teratogênicas e mutagênicas. A toxicidade da dioxina irá depender do número e da posição dos átomos de cloro. A grande maioria da dioxina produzida provém da combustão industrial, principalmente das fábricas de PVC (cloro polivinil) e da incineração de lixo.
Durante a combustão, as dioxinas são liberadas no ar e se acumulam no solo e água, inserindo-se na cadeia alimentar, resultando em altas concentrações em alimentos como carnes, produtos lácteos e peixes, devido principalmente a sua característica lipossolúvel. Há um consenso geral de que as dioxinas requerem altas temperaturas de combustão (por exemplo, incineração) para serem formadas; estima-se que cerca de 95% da exposição diária total provêm de leite e produtos lácteos, carnes, peixes e ovos.
A exposição pode ser reduzida pela redução da ingestão das fontes dietéticas de gordura animal; entretanto a eliminação das fontes primárias requer redução e eliminação da incineração das fontes emissoras, particularmente produtos contendo PVC.
Não há dúvidas científicas sobre a ocorrência de migração de contaminantes químicos de embalagens que entram em contato com alimentos. Assim, os materiais de embalagens que entram em contato com alimentos devem ser seguros, visto que podem interagir com os alimentos durante o processamento, armazenamento e transporte.
Diante disso, há comissões regulatórias que fornecem as bases seguras para a proteção do consumidor final contra a contaminação química inadmissível de materiais que entram em contato com alimentos. Ainda, recentemente uma comissão européia formada por pesquisadores internacionais demonstrou que há métodos científicos disponíveis para detecção e cálculo das substâncias químicas migratórias de plásticos para alimentos.
Considerando-se os dados acima, podemos observar que o calor é o fator limitante para a produção de dioxinas, e que as mesmas estão presentes em produtos à base de PVC.
Portanto, como medida de precaução, devemos alertar que o aquecimento no microondas de alimentos gordurosos em embalagens que contenham PVC, pode aumentar as chances de produção de dioxina. Ainda sabemos que o uso do forno de microondas para aquecimento de alimentos pode alterar a estabilidade dos ácidos graxos poliinsaturados, aumentando sua susceptibilidade à oxidação.
Texto adaptado de VP Consultoria Nutricional.