04 março, 2012

Doenças autoimunes

A autoimunidade manifesta-se quando nosso sistema imunológico perde a capacidade de distinguir nossas próprias proteínas e as confunde com proteínas estranhas de nosso organismo, processo este que resulta em agressão a tecidos do próprio corpo, dependendo do local atingido alterações em nossa saúde começam a ocorrer, como o aparecimento de quadros de alopecia areata, anemia hemolítica, dermatite herpetiforme, artrite reumatoide, doença celíaca, doença de Crohn, miastenia graves, diabetes, tireoidite de Hashimoto, esclerose múltipla, lúpus eritematoso sistêmico, psoríase, vitiligo, entre outras.


 Apesar da susceptibilidade genética ser um fator a levar-se em consideração, ela não é o fator decisivo para manifestação da autoimunidade, outros gatilhos são comuns de a estimularem, entre eles podemos citar, déficits nutricionais em especial de vitamina D, estresse psicológico, intoxicação por metais pesados como o mercúrio, exposição a tabaco, fármacos e químicos, colonização intestinal por bactérias patogênicas, presença de vírus. Nutricionalmente podemos modular este processo, sendo parte importante do equilíbrio alimentar a redução/exclusão de alimentos potencialmente desencadeadores de autoimunidade, como os que contém laticínios, glúten,  oleaginosas, álcool, entre outros. Além disso, a suplementação nutricional individualizada auxiliará a repor nutrientes carentes em cada pessoa.

07 fevereiro, 2012

Doenças degenerativas

Nos últimos anos, as doenças crônico degenerativas apresentaram aumento significativo na população, reduzindo a qualidade de vida e aumentando a dificuldade em manter uma saúde equilibrada. Representam o grupo de doenças crônico degenerativas aquelas que, principalmente ocasionadas por nossos hábitos de saúde e estilo de vida (fatores ambientais), vem evoluindo devagar e silenciosamente, porém, de forma constante e progressiva, acabando assim por prejudicar funções de diferentes partes do corpo gerando, por exemplo, hipertensão arterial, alterações cardiovasculares, diabetes, entre outras. Apesar da influência genética, observamos que os fatores ambientais são os grandes responsáveis para a grande incidência destas alterações em nossa saúde. O sedentarismo, a falta de tempo para preparar uma refeição, o uso abusivo de álcool e cigarro, uma alimentação rica em produtos de fácil preparo e consequentemente ricos em aditivos químicos, a escassez de alimentos frescos, naturais, integrais associados ao estresse do dia a dia, geram um verdadeiro caos em nosso organismo. A nutrição preventiva vem como uma alternativa para controlar estes desequilíbrios não deixando assim, que essas doenças manifestem-se desordenadamente.


17 janeiro, 2012

Infertilidade

Denomina-se infertilidade a dificuldade de um casal conseguir uma gravidez após um ano de tentativas sem uso de métodos anticoncepcionais. Estima-se que de 10-15% do casais apresentem alguma forma de infertilidade, onde a divisão entre os sexos é equivalente, cerca de 40% de causas masculinas, 40% de causas femininas e em 20% das vezes os dois parceiros apresentam o problema.

Ao pensar em gerar um filho, serão necessários 50% de contribuição da mãe e 50% do pai. A somatória desse óvulo com o espermatozoide vai determinar a formação do bebê, quanto mais equilibrados os dois estiverem, maiores as chances de formar uma criança saudável, mas a constatação de que somos feitos de nutrientes obtidos através da ingestão dos alimentos e, que esses nutrientes executam todas as funções do nosso organismo, muitas vezes não é lembrada. O estado nutricional é determinante para nosso bem-estar e qualidade de vida, assim como para prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, podendo influenciar, inclusive, na capacidade reprodutiva. O conhecimento da ação dos nutrientes, interações, sinergias e antagonismos deve ser a base para o preparo e formação de uma nova vida.
Os homens são inférteis quando seus espermatozoides são incapazes de fertilizar os óvulos, mas a infertilidade masculina não consiste em uma doença, e sim em uma síndrome que resulta de desordens adquiridas ou congênitas; um organismo desequilibrado nutricionalmente pode não ser estéril, porém pode ser “subfértil” e reduzir as suas chances de fertilização.
Embora existam nutrientes que são diretamente relacionados com fertilidade, como zinco, vitaminas do complexo B, selênio, vitamina E, vitamina A, colesterol, magnésio, ômega-3, devemos lembrar que os nutrientes só agem em conjunto e a carência ou excesso de qualquer nutriente irá interferir na ação dos outros, desequilibrando suas funções.
A carência dos ácidos graxos essenciais, principalmente ômega-3, comprovadamente tem uma relação direta com desequilíbrios hormonais. Uma das ações fundamentais do ômega-3 é a melhora da ação da insulina, esta pode tanto comprometer a fertilidade masculina como feminina, já que o aumento da insulina no sangue pode alterar a expressão genética dos hormônios, podendo desencadear alterações na liberação da testosterona e outros andrógenos. Outros nutrientes com função antioxidante também podem melhorar a fertilidade masculina, como a vitamina E, C e carotenoides podem manter a integridade genética das células dos espermatozoides, o selênio e vitamina E melhoram a motilidade e a morfologia destes espermatozoide. A vitamina C também é importante para a qualidade do sêmen e para as funções reprodutivas juntamente da vitamina D, além disso, o zinco tem importante papel no desenvolvimento testicular normal e na espermatogênese.

Já o excesso de café, álcool, aditivos alimentares, poluentes químicos, tabaco, metais tóxicos podem interferir de forma negativa em todo processo de fertilidade do homem e mulher, assim como na saúde do bebê. Alguns medicamentos e a utilização de drogas podem afetar a função testicular diretamente ou suprimir a secreção de gonadotrofinas (LH – hormônio luteinizante, FSH – hormônio estimulador do folículo) gerando deficiência de androgênio ou parada da espermatogênese.
No que diz respeito à alimentação, a individualidade de cada um deve ser analisada e respeitada, porém, o básico serve para todos, uma alimentação natural (sem excessos de alimentos processados), fracionada ao longo do dia, variada em alimentos frescos como frutas e vegetais, com presença de cereais e sementes integrais, gorduras de boa qualidade como os ômegas, redução de alimentos ricos em gorduras trans e saturadas, ter boa hidratação ao longo do dia auxiliará a ter o equilíbrio nutricional que o corpo precisa.
A análise dos alimentos que possuem uma dificuldade maior para serem digeridos, como os laticínios, produtos que contenham glúten e soja deve ser levada em consideração, uma vez que alimentos de dificuldade digestiva diminuirão a capacidade do intestino absorver os nutrientes da dieta e facilitarão um processo inflamatório crônico do organismo, um dos fatores que leva a resistência a insulina e alteração hormonal.


REFERENCIAS:

ASSCHE et al. Cytogenetics so infertile men. Hum. Reprod., Oxford, v.11, supl. 4, p. 1-24, 1996
CARREIRO, D.M.; CORREA, M. M. Mães saudáveis tem filhos saudáveis. São Paulo: 2010.
CARREIRO, D.M. Alimentação: problema e solução para doenças crônicas. São Paulo: Ed. Do Autor, 2007.
CHANDLEY, A.C. The genetic basis fo male infertility Reprod Med Rev., v.4, p. 1-8, 1995.
JONES, H.W.Jr.; TONER, J.P. The infertile couple. N. Engl. J. Med., Boston, v. 329, p. 1710, 1993.
MAEGAWA, G.H.B.; CENTA, L.J.R. Aspectos genéticos do fator masculino na infertilidade. Fam. Saúde Desenv.  v.2, n.1, p.7-12, 2000.
NEVES, P.A.; RODRIGUES, N. Infertilidade masculina. São Paulo: Editora Atheneu, 2002.
PASCHOAL, V.; NAVES, A.; FONSECA, A.B.B.L. Nutrição Clínica Funcional: dos princípios à prática clínica. São Paulo: VP Editora, 2007.
PASQUALOTTO, F. F. et al. Effects of medical therapy, alcohol, smoking, and endocrine disruptors on male infertility. Rev. Hosp. Clin. vol.59, n.6 , pp. 375-382, 2004.
QUEIROZ, E. K. R.; WAISSMANN, W. Occupational exposure and effects on the male reproductive system. Cad. Saúde Pública..vol.22, n.3 , pp. 485-493, 2006.
RODRIGUES, N. Urologia Prática. São Paulo: Editora Atheneu, 1999.
SEIBEL, M.M. Infertility. New York : Appleton and Lange, 1996.

01 dezembro, 2011

Alergia alimentar tardia

Nós somos seres únicos, somos o resultado da interação de nosso exclusivo genótipo com o meio ambiente em que vivemos, e não poderia ser diferente quanto às reações aos alimentos.

Sabemos que se um alimento, mesmo em pequena quantidade, for diretamente injetado em nossa corrente sanguínea, o resultado será um choque anafilático. Porém, ao consumir o alimento via oral, proporcionamos ao organismo a nutrição essencial à vida. Isso é possível devido ao importante trabalho realizado pelo trato gastrintestinal na quebra das macromoléculas de alimentos, transformando-as em nutrientes (processo da digestão).
Nosso organismo necessita de nutrientes, não de alimentos, no entanto, se nossa digestão encontra-se comprometida por hábitos alimentares incorretos, ou pelo consumo de alimentos mal tolerados por nosso corpo, tais macromoléculas alimentares não conseguem ser transformadas em nutrientes. Ao ultrapassar a dose tolerada por nossa corrente circulatória de tal substância (macromoléculas), iniciamos em nosso organismo uma reação alérgica classificada como hipersensibilidade do tipo III, ou ainda de alergia alimentar tardia, onde sintomas podem demorar até 3-4 dias para serem manifestados após o consumo do alimento mal tolerado.

A alergia tardia desencadeia inflamação constante em nosso organismo podendo atingir qualquer região de nosso corpo para manifestar o processo inflamatório crônico. Os sintomas desta manifestação alérgica são variados, entre eles podemos citar: alterações corpóreas (aumento ou perda de peso), alterações gástricas ou intestinas (má digestão, refluxo, gastrite, úlcera, colites), depressão, enxaquecas, hiperatividade, fadiga, doenças autoimunes, queda de cabelo, unhas frágeis, pele ressecada ou oleosa, alterações hormonais, hipertensão arterial, diabetes, osteoporose, manifestações cutâneas (acne, psoríase, dermatite), alergias respiratórias (asma, bronquite, rinite...).
Mais de 50% da população possui a alergia tardia e não tem conhecimento. Qualquer alimento pode desencadear este tipo de alergia, sendo os mais comuns, alimentos com proteínas de difícil digestão.



03 novembro, 2011

Nutrição e Gestação


Através da alimentação obtemos todos os nutrientes necessários para que funções sejam executadas em nosso organismo e assim tenhamos uma formação corporal saudável. Portanto, os cuidados com a alimentação devem ser dobrados na fase gestacional, já que além de equilibrar o corpo da mulher os nutrientes consumidos também implicarão em uma nova vida que está sendo gerada.

A alimentação do homem e da mulher, quando adequada nutricionalmente, é a forma mais natural e eficiente para garantirmos a fertilidade, assim como uma gestação tranquila e consequentemente a formação de um indivíduo saudável. Para atingir a plena capacidade da gestante gerar uma nova vida, com saúde, devemos antes de tudo, garantir que a mulher tenha as condições nutricionais adequadas para iniciar esta nova configuração orgânica que é a reprodução. Nesta fase a mulher necessita que todos os seus recursos estejam funcionando adequadamente, sendo o estado nutricional crítico tanto para a mãe quanto para o bebê, determinando bem-estar e qualidade de vida a ambos, assim como a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis ao longo da vida.

A alimentação saudável da mãe (antes, durante e após a gestação), o aleitamento materno exclusivo no período recomendado e a introdução correta de alimentos no desmame, irão proporcionar ao bebê adequado crescimento e desenvolvimento tanto físico como mental, prevenindo também o surgimento de desequilíbrios em sua saúde ao longo de sua vida.

Sugestão de leitura: Mães saudáveis têm filhos saudáveis
Autoras: Denise Carreiro e Mayra Correa