30 novembro, 2010

Suco Verde

O verão está chegando! E nessa estação do ano o calor aumenta, assim como também aumentamos a perda de líquidos e de sais minerais através da nossa transpiração.



Ensino aqui, para quem ainda não conhece, uma receita prática e refrescante que auxilia a evitar a desidratação e a repor minerais importantes para nossa saúde e bem estar. É o “famoso” suco verde! Existem diferentes receitas denominadas de suco verde, isso porque a base do suco é feita com vegetais de tal coloração, onde a composição pode ser variada. Dependendo do vegetal escolhido teremos uma função específica do suco em nosso organismo.

A receita abaixo tem diferentes fins, além de hidratar o suco também auxilia a limpeza do nosso sangue, já que exerce um papel depurativo (limpando nosso organismo de toxinas que atrapalham o equilíbrio de nosso corpo), auxiliando também nossa desintoxicação, já que um dos ingredientes do suco (a couve) possui metil sulfonil metano (MSM) substância que ajuda nosso corpo mandar embora compostos sem utilidade para nossa saúde. Portanto, ao limpar e melhorar a hidratação, acabamos auxiliando nosso corpo a não reter líquido, prevenindo inchaços tão presentes em dias mais quentes.

RECEITA DO SUCO VERDE

Ingredientes
1 talo de aipo (salsão) com as folhas
1 colher (sopa) de hortelã
1 xícara (chá) de couve
½ xícara (chá) de folhas de agrião

Modo de preparo
Higienizar todos os ingredientes (crus) e bater (em liquidificador) com água gelada (filtrada ou mineral) ou com água de coco. Já está pronto para tomar.

Outras opções interessantes para serem batidas com o suco verde:
Frutas (em especial o abacaxi), pedacinhos de gengibre cru, batata yacon, pepino, alfafa, semente de linhaça (previamente deixada de molho ou triturada), biomassa (feita da banana verde).



Mas o suco verde tem muitas outras funções devido a qualidade nutricional de seus ingredientes, ele é cicatrizante de mucosas auxiliando a melhorar desconfortos gástricos, ele ajuda na formação de nossos ossos devido a presença do cálcio, também contém quantidade considerável de magnésio que auxilia no controle de nossas emoções, relaxa a musculatura melhorando tremores, melhora nossa pele pois possui vitamina C, auxilia a função intestinal pela presença de fibras. Quando adicionado o gengibre estimula nossa imunidade, alivia enjôos e facilita a queima de gorduras (já que é considerado um alimento termogênico), quando adicionamos abacaxi melhoramos nossa digestão pela presença da enzima bromelina que concentra-se ainda mais no talo do abacaxi. Ao acrescentar a batata yacon (raíz com alto teor de água e poucas calorias) ofertamos uma boa quantidade de frutooligossacarídeos (FOS) do tipo inulina, a qual fermenta de forma positiva em nosso intestino estimulando o crescimento de boas bactérias (bifidobactérias), deixando nosso cólon saudável para assim reduzir as chances de desenvolvimento de câncer nesta região, além de fazer com que o intestino funcione melhor.


Curiosidade...
A batata yacon é popularmente conhecida como "batata do diabético" pois ao consumi-la não estimulamos picos de açúcar em nosso sangue, e que apesar de ser nomeada como batata, a yacon tem sabor de fruta, lembra a pêra, pode ser consumida crua, em pedaços, batida em sucos ou até mesmo em purê e sopas.


Batata Yacon



22 novembro, 2010

Alzheimer

A doença de Alzheimer foi descrita pela primeira vez pelo médico Alois Alzheimer em 1907, é uma doença erroneamente conhecida pela população como “esclerose”.  Sua manifestação é comum após os 60 anos de idade, porém manifestações após os 40 anos também são relatadas. A doença de Alzheimer é degenerativa, progressiva e compromete o cérebro em suas funções, como a diminuição da memória, a dificuldade no raciocínio e alterações  comportamentais. O grau de comprometimento varia de paciente para paciente e também de acordo com o tempo de evolução da doença.

1) Cérebro normal
2) Comprometimento cognitivo leve
3) Doença de Alzheimer


Deixo aqui algumas dicas gerais para equilibrar alimentação de pessoas acometidas pela doença de Alzheimer, lembrando que a orientação nutricional específica para cada caso, deve ser obtida de sua nutricionista.

Utilizar fontes de antioxidantes como:
Vitamina C (acerola, goiaba, kiwi, caju, abacaxi, laranja, limão, rúcula, pimentão ...)
Vitamina E (avelã, amêndoas, óleo de milho e de girassol, hortaliças de cor verde ...)
Polifenóis  (azeite de oliva extra virgem, banana, amora, framboesa, cereja ...)
Curcumina “cúrcuma – açafrão” – não aquecer, adicionar depois de pronta a refeição
Vitamina A e carotenóides (abacate, brócolis, manga, mamão, cenoura, abóbora ...)

Utilizar alimentos que melhoram a função cognitiva:
Complexo de vitaminas B (cereais, sementes, ovos, aves, peixes...)
Magnésio (aveia, arroz integral, vegetais folhosos, sementes, grãos...)
Ômega-3 (linhaça, peixes como: arenque, sardinha, salmão, cavala, atum...)
Colina (ovo)
Cacau 70%

Ter como hábito:
Tomar café da manhã
Alimentar-se a cada 3 horas
Hidratação constante
Dieta rica em fibras (vegetais, frutas, grãos, cereais...)
Exercícios físicos

Evitar o excesso de:
Calorias “vazias” (alimentos ricos em açúcar e/ou gordura, porém, pobre em nutrientes)
Açúcar e carboidratos refinados
Gordura saturada (presente nas carnes)
Gordura trans (frituras, salgadinhos, bolos, margarina...)
Carne vermelha
Álcool

17 novembro, 2010

Autismo

Autismo é um transtorno neurológico que implica em dificuldades nas interações sociais, alterações comportamentais e de comunicação. Trata-se de uma desordem de desenvolvimento que se manifesta durante os primeiros anos de vida da criança onde a comunicação e a interação são severamente comprometidas. Embora a causa do autismo seja desconhecida, muitos fatores são estudados como desencadeadores ou agravantes deste transtorno, como o desencadeamento por susceptibilidade genética ou por fatores ambientais. Assim como diversas doenças que incluem fatores genéticos e ambientais em sua patogênese, o autismo está sujeito a participação de infecções, fatores ambientais e fatores dietéticos em seu desenvolvimento, estes itens contribuem para anormalidades imunológicas, gastrintestinais, neurológicas, bioquímicas e neuroimunológicas.

Fonte da imagem: www2.uol.com.br/sciam/noticias/

Os fatores ambientais mais relacionados são:
  • Sensibilidades alimentares
  • Alterações na microbiota intestinal (disbiose intestinal)
  • Intoxicação por metais pesados


Existem evidências de que alimentos que contenham caseína (proteína do leite) ou glúten (proteína de alguns farináceos) contribuam significativamente para ASD (Autistic Spectrum Disorder – Espectro da Desordem Autística) e que a eliminação destes alimentos possa contribuir para a melhora do quadro.

A intolerância pela caseína do leite, digerida pela enzima renina, e a intolerância ao glúten, digerido pelas peptidases, pode ser desencadeada pela deficiência destas enzimas específicas para quebra destes alimentos.

A modificação na conduta alimentar, com dieta isenta de glúten e caseína, tem mostrado resultado positivo na melhora dos sintomas autistas, como irritabilidade, agressividade e qualidade do sono. No trabalho desenvolvido por McCandless*, onde crianças autistas foram submetidas a tratamento nutricional livre de glúten e caseína, foi observada melhora nos seguintes itens: comunicação, contato visual, concentração, crises de raiva, reação de pânico a lugares desconhecidos, linguagem oral e função intelectual. Entre os familiares de crianças autistas há um forte consenso de que modificar a alimentação e a função do trato gastrintestinal é a base para o sucesso dos outros tratamentos.

Fonte da imagem: www.vidasemglutenealergias.com

O que conclui-se ao analisar diferentes estudos relacionados ao autismo no que diz respeito a fatores ambientais, é que a eliminação de alimentos potencialmente alergênicos da dieta (a sensibilidade aos alimentos é variada e individual, porém, os mais relacionados por estudos científicos são alimentos que contém caseína e glúten), a melhora da integridade do intestino e uma terapia de quelação, juntamente com a suplementação de nutrientes destoxificantes e estimulantes do sistema imunológico, podem contribuir com a melhora da qualidade de vida destes pacientes.


Saiba mais...
"Tem sido sugerido que alguns dos efeitos cerebrais adversos, associados ao consumo de alimentos com alto teor de caseína e glúten, estaria relacionado ao efeito opióide que os peptídeos dessas proteínas geram. Os opióides são pequenos polímeros de aminoácidos, também chamados de exorfinas. Tal excesso de opióide interfere nos neurotransmissores em nível simpático e reduz a força dos impulsos sensoriais. As proteínas caseína e glúten são conhecidas por se quebrarem em peptídeos com atividade opióide, identificados respectivamente como caseomorfina e gluteomorfina ou gliamorfina ou ainda gliadinomorfina. Os peptídeos provindos da alimentação, juntamente com toxinas de bactérias e xenobióticos, como o mercúrio, ligam-se aos receptores linfocitários e/ou a enzimas teciduais, resultando em reações autoimunes nas crianças com autismo.

As crianças autistas são extremamente seletivas em sua alimentação e é visível que os alimentos que estas têm preferência, em especial alimentos que contenham leite e farinha de trigo, são os que mais lhe trazem alterações e danos. Possivelmente estas alterações observadas são conseqüência da ação da gluteomorfina e caseomorfina que cruzam a barreira hemato-encefálica e geram sérios problemas neurológicos, tanto a gluteomorfina como a caseomorfina podem gerar prazer e euforia momentaneamente ao consumir o alimento, e num momento posterior levar a irritabilidade e a agressão, estabelecendo uma relação de dependência do glúten e da caseína (alimentos com trigo e leite) para sentir-se melhor, já que em um primeiro momento o consumo do alimento leva o autista ao prazer e bem estar, desenvolvendo assim o chamado vício."


*MCCANDLESS, J. Bio-Medical Treatment Approach to Autism Spectrum Disorder, Including Heavy Metal Detoxification, 2002.

08 novembro, 2010

Glúten

Quem já não ouviu falar sobre glúten? Muitas pessoas não sabem ao certo o que é, mais sabem que está relacionado a nossa alimentação, pois associam a embalagens de alimentos que trazem o famoso "contém glúten" ou "não contém glúten". Glúten é uma proteína encontrada em alguns cereais, como trigo, centeio, cevada e aveia. Ele é o responsável pela elasticidade das massas. 

Grande parte da população apresenta sensibilidade a esta proteína, sendo a doença celíaca a sensibilidade mais relacionada ao glúten. O diagnóstico da doença celíaca é baseado em testes sanguíneos específicos e pela presença de lesões na mucosa do nosso intestino, fato este que diminui a absorção de nutrientes levando a carência nutricional com diferentes consequências em cada tipo de pessoa. É comum a presença de alguns sintomas na doença celíaca, como a perda de peso, diarréia ou alternância entre intestino "preso e solto", alteração nas fezes (com gordura, mais pastosas, mais claras, com sangue), inchaço do abdômen, dores nas articulações, pele seca, osteoporose, unhas fracas, alteração na tireóide (principalmente em anticorpos contra a tireóide), anemia, infecção urinária, depressão, alteração no ciclo menstrual, entre outros. Pessoas diagnosticadas com a doença celíaca devem ter alimentação isenta de glúten, e ao invés de utilizar alimentos que o contenham (como os que possuem trigo, centeio, cevada e aveia), utilizar outros alimentos, os que não contenham glúten, como os feito com quinoa (grão de quinoa, flocos de quinoa, farinha de quinoa), com amaranto, com milho (amido de milho, fubá, flocos de milho), com arroz (farinha de arroz), com a mandioca (polvilho doce, polvilho azedo, farinha de mandioca), fécula de batata, painço, araruta...

No entanto, os sintomas presentes em pessoas com a doença celíaca também podem estar presentes em pessoas que não possuem a doença. Nesse caso caracterizamos como uma hipersensibilidade alimentar, quer dizer, a pessoa pode consumir glúten (diferente do celíaco que tem uma restrição mais severa), porém, não deve consumir com grande frequência, mas sim respeitar uma pausa de 3 ou 4 dias para seu consumo. O ideal é que sua nutricionista oriente as condutas que deverão ser adotadas.

Deixo aqui para vocês uma receita de torta bem saborosa que elaborei isenta de glúten.

TORTA CREMOSA

Ingredientes
3 ovos
½ xícara (chá) de óleo de canola
½ xícara (chá) de água filtrada
6 colheres (sopa) de fécula de batata
Escarola refogada
2 batatas grandes cozidas
1 colher (sopa) de fermento em pó
12 azeitonas verdes picadas
Rodelas de tomate para decorar
Sal  e orégano a gosto
Manteiga para untar
Modo de preparo
Bata no liquidificador os ovos, adicione o óleo, a água, a fécula de batata, o sal e o orégano. Em um recipiente coloque as batatas cozidas e esprema-as, adicione o conteúdo do liquidificador e misture, adicione o fermento, a escarola e as azeitonas. Unte um refratário com manteiga e coloque toda a preparação dentro. Coloque rodelas de tomate por cima da massa para decorar. Leve ao forno (180º) em torno de 25 minutos.

A Dra. Mayra Madi Correa, elaborou o livro "Receitas Toques e Truques" onde você encontrará diferentes preparações doces e salgadas, isentas de glúten, de laticínios, de soja e de açúcar. Para aqueles que encontram dificuldade em achar receitas saborosas isentas de tais alimentos, fica aqui minha dica!


Para mais informações sobre esta e outras publicações da Dra. Mayra, acesse o site http://www.denisecarreiro.com.br/