13 dezembro, 2010

Lentilha

2011 está se aproximando! Entre os preparativos para a virada do ano a lentilha é um dos pratos que muitas pessoas não deixam faltar em sua mesa, isso porque aqui no Brasil, assim como em outros países da América do Sul, acreditamos que consumir este grão (que lembra uma moeda) atrairá para o ano que se inicia sorte e sucesso financeiro.


Independente de nossa crendice, deveríamos ter o hábito de consumir mais vezes a lentilha, já que é um alimento de altíssimo valor nutricional. Este grão fornece proteínas para auxiliar na formação e manutenção de nosso músculo, cabelo, unha, sistema imunológico e hormônios. Também é fonte de vitaminas do complexo B, ácido fólico e minerais como o magnésio, tais nutrientes são importantes para formação da serotonina, um neurotransmissor, que irá melhorar nossa ansiedade e bom humor. Além disso, é fonte de fibras que auxiliam na regularidade intestinal, no controle da absorção de açúcar e na regulação de nosso colesterol. Sendo assim, você já tem motivos de sobra para consumir a lentilha não só na virada do ano mas também em todo seu decorrer!

LENTILHA DA SORTE

Ingredientes
2 copos (200ml) de lentilha
1 cebola picadinha
1 dente de alho
2 colheres (sopa) de azeite
½ litro de água fria
Sal a gosto
1 folha pequena de louro (opcional)

Modo de preparo
Lave a lentilha e deixe de molho por 1 hora, escorra a água. Em uma panela de pressão doure a cebola no azeite, adicione o alho, a lentilha, o sal, a água e a folha de louro (opcional), tampe a panela e deixe cozinhar por uns 10 minutos após a pressão.





Aproveito para desejar a todos vocês 
Um excelente final de ano! 
Que 2011 venha com muita paz, saúde e prosperidade!



07 dezembro, 2010

Ervas

Quem já não teve em casa um vasinho onde foi plantado alecrim, hortelã, manjericão, entre tantas outras ervas? Pode ser por superstição como o famoso vaso 7 ervas, pode ser por uso culinário com toda variedade para temperos e chás, pode ser pelo agradável aroma que as plantas exalam, ou simplesmente para decorar a nossa casa, em especial a nossa cozinha...



Além de deixar mais alegre nosso ambiente, ter um “mini jardim culinário” em nossa casa nos possibilita utilizar no dia a dia plantas fresquinhas, livres de agrotóxicos e com um sabor único! Quem provou sabe do que estou falando, o sabor dos alimentos colhidos na hora em que serão utilizados é outro!

Deixo aqui para vocês uma listinha de algumas ervas que podemos adicionar em nossa alimentação e as principais funções que elas terão em nosso organismo:


Alecrim
diurético, destoxificante, antifúngico, expectorante, melhora digestão

Boldo
protege o fígado, diminui acidez estomacal, antioxidante, anti-inflamatório 

Camomila
destoxificante, calmante, induz o sono, anti-inflamatória 

Capim-cidreira
efeito laxativo, calmante e indutor do sono, antifúngico, protege o fígado


Coentro
desintoxicante, protege o coração, possui cobre, ferro, magnésio, selênio, vit A, B1, B3 e E 

Erva-doce
protege contra úlceras, ação anti-inflamatória e antioxidante 

Estragão
contém cálcio, potássio, vitaminas A, B3, B6, C e E. 

Hortelã
laxativa, reduz gases, protege o fígado, calmante, antioxidante, digestiva, antimicrobiana 

Manjericão
contém alto teor de cobre, possui ação digestiva, destoxificante, anticarcinogênica 

Melissa
induz o sono, ação calmante, protetora do fígado, antioxidante 

Orégano
antifúngico, antioxidante, antimicrobiano 

Passiflora
ação calmante e sonífera 

Salsinha
diurética, reduz gases, ação antioxidante, anti-inflamatória, alivia dores estomacais  

Tomilho
inibe agregação de plaquetas no sangue, anti-inflamatório e antifúngico


Agora que você já sabe, é só começar a combinar com suas preparações!!!

30 novembro, 2010

Suco Verde

O verão está chegando! E nessa estação do ano o calor aumenta, assim como também aumentamos a perda de líquidos e de sais minerais através da nossa transpiração.



Ensino aqui, para quem ainda não conhece, uma receita prática e refrescante que auxilia a evitar a desidratação e a repor minerais importantes para nossa saúde e bem estar. É o “famoso” suco verde! Existem diferentes receitas denominadas de suco verde, isso porque a base do suco é feita com vegetais de tal coloração, onde a composição pode ser variada. Dependendo do vegetal escolhido teremos uma função específica do suco em nosso organismo.

A receita abaixo tem diferentes fins, além de hidratar o suco também auxilia a limpeza do nosso sangue, já que exerce um papel depurativo (limpando nosso organismo de toxinas que atrapalham o equilíbrio de nosso corpo), auxiliando também nossa desintoxicação, já que um dos ingredientes do suco (a couve) possui metil sulfonil metano (MSM) substância que ajuda nosso corpo mandar embora compostos sem utilidade para nossa saúde. Portanto, ao limpar e melhorar a hidratação, acabamos auxiliando nosso corpo a não reter líquido, prevenindo inchaços tão presentes em dias mais quentes.

RECEITA DO SUCO VERDE

Ingredientes
1 talo de aipo (salsão) com as folhas
1 colher (sopa) de hortelã
1 xícara (chá) de couve
½ xícara (chá) de folhas de agrião

Modo de preparo
Higienizar todos os ingredientes (crus) e bater (em liquidificador) com água gelada (filtrada ou mineral) ou com água de coco. Já está pronto para tomar.

Outras opções interessantes para serem batidas com o suco verde:
Frutas (em especial o abacaxi), pedacinhos de gengibre cru, batata yacon, pepino, alfafa, semente de linhaça (previamente deixada de molho ou triturada), biomassa (feita da banana verde).



Mas o suco verde tem muitas outras funções devido a qualidade nutricional de seus ingredientes, ele é cicatrizante de mucosas auxiliando a melhorar desconfortos gástricos, ele ajuda na formação de nossos ossos devido a presença do cálcio, também contém quantidade considerável de magnésio que auxilia no controle de nossas emoções, relaxa a musculatura melhorando tremores, melhora nossa pele pois possui vitamina C, auxilia a função intestinal pela presença de fibras. Quando adicionado o gengibre estimula nossa imunidade, alivia enjôos e facilita a queima de gorduras (já que é considerado um alimento termogênico), quando adicionamos abacaxi melhoramos nossa digestão pela presença da enzima bromelina que concentra-se ainda mais no talo do abacaxi. Ao acrescentar a batata yacon (raíz com alto teor de água e poucas calorias) ofertamos uma boa quantidade de frutooligossacarídeos (FOS) do tipo inulina, a qual fermenta de forma positiva em nosso intestino estimulando o crescimento de boas bactérias (bifidobactérias), deixando nosso cólon saudável para assim reduzir as chances de desenvolvimento de câncer nesta região, além de fazer com que o intestino funcione melhor.


Curiosidade...
A batata yacon é popularmente conhecida como "batata do diabético" pois ao consumi-la não estimulamos picos de açúcar em nosso sangue, e que apesar de ser nomeada como batata, a yacon tem sabor de fruta, lembra a pêra, pode ser consumida crua, em pedaços, batida em sucos ou até mesmo em purê e sopas.


Batata Yacon



22 novembro, 2010

Alzheimer

A doença de Alzheimer foi descrita pela primeira vez pelo médico Alois Alzheimer em 1907, é uma doença erroneamente conhecida pela população como “esclerose”.  Sua manifestação é comum após os 60 anos de idade, porém manifestações após os 40 anos também são relatadas. A doença de Alzheimer é degenerativa, progressiva e compromete o cérebro em suas funções, como a diminuição da memória, a dificuldade no raciocínio e alterações  comportamentais. O grau de comprometimento varia de paciente para paciente e também de acordo com o tempo de evolução da doença.

1) Cérebro normal
2) Comprometimento cognitivo leve
3) Doença de Alzheimer


Deixo aqui algumas dicas gerais para equilibrar alimentação de pessoas acometidas pela doença de Alzheimer, lembrando que a orientação nutricional específica para cada caso, deve ser obtida de sua nutricionista.

Utilizar fontes de antioxidantes como:
Vitamina C (acerola, goiaba, kiwi, caju, abacaxi, laranja, limão, rúcula, pimentão ...)
Vitamina E (avelã, amêndoas, óleo de milho e de girassol, hortaliças de cor verde ...)
Polifenóis  (azeite de oliva extra virgem, banana, amora, framboesa, cereja ...)
Curcumina “cúrcuma – açafrão” – não aquecer, adicionar depois de pronta a refeição
Vitamina A e carotenóides (abacate, brócolis, manga, mamão, cenoura, abóbora ...)

Utilizar alimentos que melhoram a função cognitiva:
Complexo de vitaminas B (cereais, sementes, ovos, aves, peixes...)
Magnésio (aveia, arroz integral, vegetais folhosos, sementes, grãos...)
Ômega-3 (linhaça, peixes como: arenque, sardinha, salmão, cavala, atum...)
Colina (ovo)
Cacau 70%

Ter como hábito:
Tomar café da manhã
Alimentar-se a cada 3 horas
Hidratação constante
Dieta rica em fibras (vegetais, frutas, grãos, cereais...)
Exercícios físicos

Evitar o excesso de:
Calorias “vazias” (alimentos ricos em açúcar e/ou gordura, porém, pobre em nutrientes)
Açúcar e carboidratos refinados
Gordura saturada (presente nas carnes)
Gordura trans (frituras, salgadinhos, bolos, margarina...)
Carne vermelha
Álcool

17 novembro, 2010

Autismo

Autismo é um transtorno neurológico que implica em dificuldades nas interações sociais, alterações comportamentais e de comunicação. Trata-se de uma desordem de desenvolvimento que se manifesta durante os primeiros anos de vida da criança onde a comunicação e a interação são severamente comprometidas. Embora a causa do autismo seja desconhecida, muitos fatores são estudados como desencadeadores ou agravantes deste transtorno, como o desencadeamento por susceptibilidade genética ou por fatores ambientais. Assim como diversas doenças que incluem fatores genéticos e ambientais em sua patogênese, o autismo está sujeito a participação de infecções, fatores ambientais e fatores dietéticos em seu desenvolvimento, estes itens contribuem para anormalidades imunológicas, gastrintestinais, neurológicas, bioquímicas e neuroimunológicas.

Fonte da imagem: www2.uol.com.br/sciam/noticias/

Os fatores ambientais mais relacionados são:
  • Sensibilidades alimentares
  • Alterações na microbiota intestinal (disbiose intestinal)
  • Intoxicação por metais pesados


Existem evidências de que alimentos que contenham caseína (proteína do leite) ou glúten (proteína de alguns farináceos) contribuam significativamente para ASD (Autistic Spectrum Disorder – Espectro da Desordem Autística) e que a eliminação destes alimentos possa contribuir para a melhora do quadro.

A intolerância pela caseína do leite, digerida pela enzima renina, e a intolerância ao glúten, digerido pelas peptidases, pode ser desencadeada pela deficiência destas enzimas específicas para quebra destes alimentos.

A modificação na conduta alimentar, com dieta isenta de glúten e caseína, tem mostrado resultado positivo na melhora dos sintomas autistas, como irritabilidade, agressividade e qualidade do sono. No trabalho desenvolvido por McCandless*, onde crianças autistas foram submetidas a tratamento nutricional livre de glúten e caseína, foi observada melhora nos seguintes itens: comunicação, contato visual, concentração, crises de raiva, reação de pânico a lugares desconhecidos, linguagem oral e função intelectual. Entre os familiares de crianças autistas há um forte consenso de que modificar a alimentação e a função do trato gastrintestinal é a base para o sucesso dos outros tratamentos.

Fonte da imagem: www.vidasemglutenealergias.com

O que conclui-se ao analisar diferentes estudos relacionados ao autismo no que diz respeito a fatores ambientais, é que a eliminação de alimentos potencialmente alergênicos da dieta (a sensibilidade aos alimentos é variada e individual, porém, os mais relacionados por estudos científicos são alimentos que contém caseína e glúten), a melhora da integridade do intestino e uma terapia de quelação, juntamente com a suplementação de nutrientes destoxificantes e estimulantes do sistema imunológico, podem contribuir com a melhora da qualidade de vida destes pacientes.


Saiba mais...
"Tem sido sugerido que alguns dos efeitos cerebrais adversos, associados ao consumo de alimentos com alto teor de caseína e glúten, estaria relacionado ao efeito opióide que os peptídeos dessas proteínas geram. Os opióides são pequenos polímeros de aminoácidos, também chamados de exorfinas. Tal excesso de opióide interfere nos neurotransmissores em nível simpático e reduz a força dos impulsos sensoriais. As proteínas caseína e glúten são conhecidas por se quebrarem em peptídeos com atividade opióide, identificados respectivamente como caseomorfina e gluteomorfina ou gliamorfina ou ainda gliadinomorfina. Os peptídeos provindos da alimentação, juntamente com toxinas de bactérias e xenobióticos, como o mercúrio, ligam-se aos receptores linfocitários e/ou a enzimas teciduais, resultando em reações autoimunes nas crianças com autismo.

As crianças autistas são extremamente seletivas em sua alimentação e é visível que os alimentos que estas têm preferência, em especial alimentos que contenham leite e farinha de trigo, são os que mais lhe trazem alterações e danos. Possivelmente estas alterações observadas são conseqüência da ação da gluteomorfina e caseomorfina que cruzam a barreira hemato-encefálica e geram sérios problemas neurológicos, tanto a gluteomorfina como a caseomorfina podem gerar prazer e euforia momentaneamente ao consumir o alimento, e num momento posterior levar a irritabilidade e a agressão, estabelecendo uma relação de dependência do glúten e da caseína (alimentos com trigo e leite) para sentir-se melhor, já que em um primeiro momento o consumo do alimento leva o autista ao prazer e bem estar, desenvolvendo assim o chamado vício."


*MCCANDLESS, J. Bio-Medical Treatment Approach to Autism Spectrum Disorder, Including Heavy Metal Detoxification, 2002.